Adalberto Costa, de 72, que mora em Sobradinho, disse que foi agradecer a benção de comprar um carro novo. O Fiel, que chama atenção pela quantidade de órios, conta o motivo: "Sempre carrego a Bíblia, o rosário e o cajado. Isso me rendeu o apelido de Moisés, o herói da fé. Tenho sete cajados, um para cada anel que uso, simbolizando os dons do Espírito Santo".
O padre André Barros celebra a missa há cinco anos e comenta que a santa tem um significado muito especial para a província do Brasil Central dos freis capuchinhos, da qual é padroeira. "A imagem missionária dela percorreu o Centro-Oeste e também está ligada à primeira capela construída aqui em Brasília. Assim, nos reunimos todos os anos, no dia 13 de maio, para celebrar essa data tão festiva", indica.
O pároco afirmou que, para a comunidade brasiliense, a santa é importante pela fé e pelas graças recebidas. "Muitos testemunhos mostram isso. Há pessoas que buscam o batismo aqui porque têm um vínculo com a história construída neste templo", completa.
Durante a Primeira Guerra Mundial, após um apelo do papa Bento XV para que os fiéis rezassem para Nossa Senhora pedindo pelo fim do conflito, a primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima ocorreu em 13 de maio de 1917, na aldeia de Fátima, em Portugal. Três crianças pastoras, Lúcia, Francisco e Jacinta, estavam cuidando de um rebanho quando, após rezarem o terço, viram dois clarões semelhantes a relâmpagos. O segundo clarão surgiu sobre uma árvore (azinheira), onde então apareceu uma figura luminosa que se apresentou como vinda do céu.
Nossa Senhora tranquilizou os pequenos, dizendo que voltaria àquele mesmo local nos dias 13 dos seis meses seguintes, o que de fato ocorreu, além de uma sétima aparição posterior. Descrita como mais brilhante que o Sol e com um rosário nas mãos, ela pediu às crianças que rezassem o terço todos os dias para alcançar a paz mundial e o fim da guerra. A mensagem central das aparições foi um chamado à oração, à penitência e à conversão, com forte apelo pela paz. O episódio ficou conhecido como "Milagre do Sol".
A ministra da eucaristia, Daisy Barbosa, 58, e a sobrinha Yasmin Faria Serra, 9 anos, realizaram a coroação da padroeira durante a missa. "Na primeira vez que vim à igrejinha, decidi que seguiria a religião católica. Sinto que Nossa Senhora me trouxe até aqui. Quando fui receber a comunhão, me ajoelhei para fazer minha oração e a vi na minha frente, com toda a glória dela, como se estivesse me abençoando naquele momento", completa.
Depois de sua conversão, Daisy conta que Nossa Senhora de Fátima apareceu para ela enquanto clamava pela filha de uma amiga que contraiu uma infecção no rim que atingiu o sangue. "Ela ficou entre a vida e a morte, e os médicos já não sabiam o que fazer. No dia em que a acompanhei uma tomografia, porque ela só queria ficar comigo, me ajoelhei e pedi muito pela vida dela. Nossa Senhora apareceu para mim. E, naquele momento, a medicação começou a fazer efeito. A médica nem soube explicar, pois já estavam usando a dosagem mais alta, e o corpo dela não reagia de forma alguma", disse emocionada.
Em 13 de maio de 1981, dia em que a Igreja celebra Nossa Senhora de Fátima, o papa João Paulo II foi baleado na Praça São Pedro, no Vaticano, enquanto cumprimentava fiéis em um carro aberto, durante a Audiência Geral. O pontífice, então com 60 anos, foi submetido a uma cirurgia que durou cinco horas, na qual precisou retirar parte do intestino. Ele atribuiu à intercessão de Nossa Senhora de Fátima o milagre de ter sobrevivido ao ataque.
O autor dos disparos foi Mehmet Ali Aca, extremista turco de 23 anos, foragido da prisão por envolvimento em assassinatos. Dois anos após o atentado, em dezembro de 1983, o papa o visitou na prisão italiana, em um encontro reservado de 20 minutos. A batina manchada de sangue usada por João Paulo II está preservada em um santuário em Cracóvia, na Polônia, e uma das balas foi doada ao Santuário de Fátima, em Portugal, onde foi incrustada na coroa da imagem de Nossa Senhora.
A Igreja Nossa Senhora de Fátima, conhecida como "Igrejinha de Fátima", foi o primeiro templo religioso de alvenaria construído em Brasília, inaugurado em 28 de junho de 1958. Sua construção foi motivada por uma promessa feita por Sara Kubitschek, então primeira-dama, em agradecimento à cura da filha Márcia, após sugestão do presidente de Portugal. Inicialmente, a família Kubitschek pretendia erguer um grande santuário, mas a necessidade urgente de uma igreja para o casamento da filha de Israel Pinheiro, presidente da Novacap, levou à construção de uma capela mais simples no local das superquadras 307/308 Sul.
Projetada por Oscar Niemeyer e com azulejos externos de Athos Bulcão, a igrejinha tem forma que remete ao chapéu de freiras e é tombada como patrimônio cultural e histórico nacional pela Unesco desde 1987. Seu interior recebeu pinturas de Francisco Galeno, inspiradas na obra original de Alfredo Volpi, que apresentava anjos e bandeirolas, remetendo a festas juninas. Essa arte modernista causou controvérsia entre os fiéis e foi coberta por tinta azul poucos anos após a inauguração, mas foi restaurada por Galeno em 2009 com um estilo mais sutil, preservando a inspiração festiva.
(Correio Braziliense)
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